Amigos do Arthur Netto

Merece aplausos a criação do Galpão Arthur Netto de Cultura e Cidadania, inaugurado nesta terça (30), no Jardim Santista, em Mogi. O espaço é uma iniciativa particular comandada pelo diretor de teatro e ator Manoel Mesquita Jr., da Cia. do Escândalo. Independente de verbas públicas, o que não quer dizer que elas são dispensáveis, o esforço merece o apoio de patrocinadores e de todos que interessam pelo desenvolviment e pela manutenção da cultura de toda a região.
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Galpão Arthur NettoEsta coluna vai se tornando, pouco a pouco, um espaço de debates sobre temas preciosos: a política e a cultura. Em primeiro lugar, na credibilidade de ser independente e não se dobrar às pressões, criticando os erros das autoridades. E, de outro lado, esta Tribuna ao divulgar eventos artísticos, exposições, lançamentos de livros, peças teatrais - têm conquistado amigos.O interessante é que este olhar sobre cultura está canalizando um triângulo social ainda não inteiramente captado pela mídia local. Num ângulo, a proliferação de bons artistas mogianos, historicamente esquecidos pelas políticas públicas. Em outra ponta, um público crescente de jovens desejosos de novos hábitos de lazer artístico. É só percorrer a noite mogiana para constatar bons cardápios musicais (alô Bar Bem Brasil, vocês merecem elogios!). Pois bem, a terceira ponta é o desejo desta coluna, esperneando desde 2004, em unir e conscientizar Mogi para assuntos da arte.Ao mesmo tempo, sei que o proprietário do MN, Sidney Antonio de Moraes, é um empreendedor que arrisca e gosta do inusitado. É ele que criou uma editora aberta aos interessados em bons temas. Encontrando, portanto, bons parceiros, tenho provocado a todos para a publicação de livros. Ou que convidem renomados palestrantes (isto já se faz em Suzano!) para despertar a localidade. Ou, ainda, que se crie um novo Caderno Dominical de Cultura na apresentação de seus artistas, intelectuais, chefes de cozinha, estilistas da moda, músicos, jovens no mundo digital, etc. Ou melhor: é assim mesmo, cidadania promove-se com colheitas. Do latim cultivare. Onde se origina a palavra Cultura. Foi neste espírito, de solidariedade, que fiquei feliz ao se inaugurar, na ultima terça, o Galpão Arthur Netto de Cultura e Cidadania. E por quê? Na homenagem, antes de tudo, da memória de um criador irrequieto e desafiador. Seu nome será lembrado na junção da arte com a busca da Justiça. Que bom! Em segundo lugar, por constatar que a sociedade civil, aos poucos, protagoniza seu papel de controle anímico sobre a cidade. Chega de patrão, paizão e chefão para nos policiar. Depois pelo acerto em nomear este galpão na unidade da Cultura com a Cidadania!Começarem com o pé direito. Foi apresentada uma interessante mini peça teatral. Saborosa costura da dança afro-candomblé, inspirações em textos da mitologia grega e sonoridades baseadas no folclore popular. Depois, no calor de uma boa prosa, ouvimos boas apresentações musicais. O resultado foi gostosa mistura de nossa brasilidade. Portanto, elogios a esta iniciativa liderada pelo Manoel com sua trupe da Companhia do Escândalo. Aliás, belo título deste grupo. Não é verdade?Bom domingo aos que arriscam!