sábado, agosto 12, 2006

Nossos comerciais, por favor

Por Eduardo Zugaib

Gente acima da mediocridade incomoda. Desperta paixões intensas, positivas e negativas. Gente assim não se incomoda com convenções sociais, nem se preocupa em deixar uma boa impressão no salão. Gente acima da mediocridade não tenta ser, é. Encanta, atordoa, deixa marcas por onde passa.

Conheci o Arthur através de amigos comuns, já que ganhamos a vida fazendo praticamente a mesma coisa: somos redatores publicitários. Desde então a espontaneidade do Arthur se fez presente. E conquistou-me de vez quando o encontrei no carnaval de São Luiz do Paraitinga, vestido com, acreditem, um grande saiote escocês. Preso ao cinto que segurava o saiote, um boneco de vodu vestido igual ao dono e um pedaço de arame pouco maior que um lápis, achado na rua, conforme testemunho do próprio. Pequeno demais para incomodar alguém como o Arthur, mas grande demais para os olhares desconfiados dos seguranças, que viram naquilo uma arma. Ao ser questionado sobre o artefato, Arthur apresentou-se como um terrorista basco infiltrado no meio da folia, com o objetivo de fazer a pequena e lotada cidade voar pelos ares, bastando para isso usar apenas aquele arame. Na dúvida, os seguranças recolheram a “arma”. E devem se perguntar até hoje o significado de “basco”. Assim é o Arthur. Inteligência, sacada, olhar atento, capturando através de lentes grossas tudo e todos ao redor, reunindo a matéria-prima que posteriormente será transformada em palavras. Palavras que encantam, que surpreendem, que vendem, que declamam e interpretam, já que além de publicitário, Arthur também é ator.

Agora você vai entender o porquê da primeira linha deste texto. Há uma semana, Arthur voltava de sua balada de sexta-feira. Madrugada alta, despediu-se no bar e dirigiu-se ao ponto de ônibus, de onde rumaria para casa. Aqui a história dá um salto incompreensível. Após este elo perdido, Arthur foi encontrado desacordado, gravemente ferido naquilo que possui de mais precioso: a cabeça.

Arthur chegou em coma ao hospital, levado por amigos que, sabendo do ocorrido, correram para socorrê-lo. Desde então, Arthur tem travado aquela que certamente será sua melhor história: a história da superação, da reconquista do direito humano de escrever, de atuar, de rir e de fazer emocionar.

O que aconteceu com Arthur ninguém sabe, ninguém viu. Aqui entra o lado imaginativo de outro redator, tentando explicar essa sandice toda, como um roteiro de comercial com final feliz.

Cena 1 - Arthur sai do bar e dirige-se ao ponto de ônibus. Cena 2: ele depara-se com gente medíocre e mesquinha, que já há algum tempo o inveja de longe. Cena 3 – Essa(s) pessoa(s) provoca(m) Arthur, comentando algo sobre seu penteado moicano. Cena 4 – A resposta de Arthur desarma e confunde o frágil cérebro do(s) oponente(s), que entra(m) em curto-circuito, soltando faíscas. Cena 5 – imaginando que do lugar de onde veio uma resposta tão rica há muito mais ouro e pedras preciosas, os trogloditas tentam arrombar o cofre, agredindo violentamente a cabeça de Arthur. Cena 4 – Arthur é encontrado desacordado e levado para o hospital. Cena 6 – Após alguns dias, Arthur abre os olhos e ri de todos nós, dizendo:

- Enganei vocês!

Cena final: os pais, familiares e amigos do Arthur o abraçam longamente. Fecha o filme, com um close no arame “basco” que, torcido, ganhou a forma de um coração. Em se tratando do Arthur, tudo é possível.

Comments:
Ô, Eduardo, obrigado!
Vc acabou de me inspirar!
Me inspirar pra um sonho que todos vamos ver realizado daqui a pouco tempo.
Beijos.
P.S. Estamos (Eu, e Alessandra e o Léo) descendo agora pra "visitar" o Arthur lá na Santa Casa, muito confiantes.
 
Eduardo,

muito obrigada! Cada palavra sua me fez sentir o nosso Arthur presente e inteiro como ele é. Nosso querido é uma pessoa intensa e verdadeira, em tudo o que faz se coloca por inteiro e é por isso que temos tanta certeza que ele vence essa luta.
um beijo no seu coração
 
q lindo esse texto :)

eu imaginei algo assim tb hehehe... vindo do arthur.. hehehe

um arthur kauffman em nossas vidas.. :D
 
PENA Ñ TER SIDO ASSIM...OBRIGADA EDUARDO PELAS PALVRAS ...DOCES PALAVRAS...DOCES SAUDADES...
 
Postar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?