quarta-feira, junho 17, 2009

JORNAL O DIARIO DE MOGI - CASO DANILO

7.jun.2009 Homem condenado por homicídio

EVALDO NOVELINI


O tribunal do júri em Mogi das Cruzes condenou ontem a 24 anos de cadeia, em regime fechado, o vendedor Marcelo Galerani, 37 anos. Os jurados consideraram que ele colaborou para o assassinato do estudante de Medicina Danilo Masahiko Kurisaki, então com 23 anos, e para tentar matar o caminhoneiro Adilson de Lima Queiroz. Na noite de 23 de março de 2001, ele dirigia o carro de cuja janela o comerciante José Silvestre Carneiro efetuou nove disparos contra a fachada da Lanchonete Gamito’s, na Avenida São Paulo. O réu permanece em liberdade até o trânsito em julgado da ação.
Como o acusado foi condenado há mais de 20 anos, a defesa promete protocolar hoje no Fórum de Mogi um protesto para a realização de um novo júri popular. O instituto jurídico foi extinto pelo Código Penal de 2008, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) já reconheceu que ele pode ser invocado por réus de crimes cometidos antes do advento da nova lei. "A tese da defesa vai permanecer a mesma. O Marcelo não sabia das reais intenções de José Silvestre até o momento em que os disparos começaram", comentou o advogado de Galerani, Marcelo Castilho Marcelino.
Para o promotor Omar Mazlum, o réu não só sabia das intenções de Carneiro, que era seu patrão em uma revendedora de automóveis em São José dos Campos, como contribuiu para o crime. A dupla, segundo a acusação, voltava para a lanchonete para se vingar de um funcionário do estabelecimento, que havia agredido a ambos em desentendimento ocorrido minutos antes. "Era ele quem dirigia o veículo em baixa velocidade, exatamente para José Silvestre, com metade do corpo para fora do carro e portando duas pistolas, metralhar quem ali estivesse."
O júri acolheu a tese de que o ataque repentino não deu ensejo às vítimas de se defenderem. A outra qualificadora, a de motivação torpe, foi rejeitada.
Auxiliar de acusação, o advogado Paulo Roberto da Silva Passos ficou satisfeito com a sentença proferida pelo juiz Freddy Lourenço Ruiz Costa às 20h46 – quase sete horas depois de iniciada a sessão do júri, às 13h20. "A sociedade, que não tem a obrigação de conhecer todos os códigos do Direito, pode ter a sensação de impunidade ao ver o réu, embora condenado a 24 anos, sair livre do Fórum, mas a Constituição assegura a presunção de inocência até não haver mais possibilidade de recursos", disse o advogado.
Familiares e colegas de Danilo lotaram as cadeiras do Salão do Júri. Ao final, a mãe do estudante, Fumiyo Tokunaga Kurisaki, declarou-se "aliviada". "A Justiça tarda, mas não falha. Quero continuar militando contra a violência para que nenhuma outra mãe seja obrigada a passar pelo drama de ter a vida de seu filho ceifada em plena juventude." Escoltado por policiais militares, Galerani deixou o recinto com a cabeça erguida rumo a São Paulo, onde mora com a mulher e dois filhos, um de sete e outro de quatro anos. Carneiro, réu confesso do crime, morreu em acidente automobilístico em 20 de agosto de 2003.

Comments: Postar um comentário



<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?